terça-feira, 12 de abril de 2011

AS GAIOLAS DOURADAS DO PODER EM PORTUGAL

As Direcções na Administração Pública mudaram de paradigma: antigamente eram velhos, botas de elástico que geriam os Serviços com o conhecimentto peesoal que tinham dos seus colaboradores e das necessidades dos utentes.
Com o novo Estado Liberal (dito Social-democrata ou Socialista) feito de jovens engravatados, inexperientes, cheios de teoria escolar e com um cartão partidário no bolso, modernizaram-se os Serviços: chegaram os computadores, criaram-se protocolos (para fazer um requerimento, tomar um café, fumar um cigarro ou até ir à casa de banho) e chamou-se a isto Reforma da Administração Pública.
O Chefe do Serviço e da Repartição (que já não é um líder) fechou-se no gabinete, para não ser facilmente confrontado com os colaboradores e  ainda menos com os utentes. Manteve-se aristocraticamente acima de tudo e de todos, empoleirou-se no poleiro da sua gaiola dourada, perdendo a noção do que acontece de facto no mundo fora da sua gaiola. Almoça com os habitantes da gaiola do lado, janta com os compadres para a masturbação intelectual sobre as gaiolas que têm incrustações a pedras preciosas e esquece que há outras aves que voam em liberdade, indiferentes à tacanhez dos habitantes da gaiola. É verdade que a televisão, a internet, o email e o facebook ajudam-no a manter a ilusão de que eles são o centro do mundo.
Criaram os seus mecanismos de comunicação interna que lhes dão a informação que gostam de ouvir. Não há informação que lhes chegue sem vir pelos canais que ele próprio criou e que lhes asseguram a falsa sensação de que estão a par do se passa nos Serviços que dirigem. É neste limbo que vivem os nossos dirigentes, nem se apercebendo de que estão completamente à margem dos Serviços que supostamente dirigem.
Depois dizem os políticos "há um défice de Democracia" subentendendo que há falta de participação da população na vida das instituições ou do país. Pudera, "eles comem tudo e não deixam nada".

1 comentário:

  1. Gostava de ver se alguma empresa do setor privado contratava a maior parte dos dirigentes hospitalares que exercem funçoes na funçao publica!!!...era uma boa prova de mudança começarem a limpar estes conselhos de Adminsitraçao e começarem a contratar gente que quer trabalhar ....ja nao pedimos muito só trabalhar...
    Temos um Ex : um pequeno Centro (CMRRC-Rovisco Pais) que tem um conselho nomeado por partidarismo, mas ao menos coloquem pessoas com capacidades e vontade de gerir ...pois gerir um orçamento por duodecimo até uma criança o faz...

    De lamentar a falta de vontade e competenecias que esta gente tem...

    O FMI devia de correr com estes velhos andam sempre nos mesmos cargos e nao deixam a nova geraçao bem mais capacitada e com vontade de fazer sequer chegar perto...

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