quarta-feira, 2 de setembro de 2009

INFORMATIZAÇÃO DO PROCESSO CLÍNICO

A informatização do processo clínico é um novo desiderato das Administrações Hospitalares. As suas vantagens teóricas são variadas que vão desde a redução do espaço de arquivo, à prevenção do erro médico, à melhor interacção entre os diferentes sectores profissionais, à melhor organização do processo na óptica da gestão logística e da facturação/administração.

Ainda no tempo do anterior CA iniciaram-se contactos com empresas fornecedoras de sistemas de informatização do processo clínico. Isto quer dizer que o processo da apreciação das alternativas estava feito e alguma apreciação dos conteúdos tinha sido começada. Este CA entrou em funções e assumiu este projecto, entregou a sua análise a um assessor da área de informática e elaborou mais uma candidatura (ou mais uma adenda a uma candidatura) que lhe permitiu comprar mais computadores (este centro deve ter mais computadores por médico que muitos hospitais centrais do país) todos financiados pelos programas comunitários (este hospital tão pequeno tem assessores e informatização que ultrapassam largamente aquilo que seria de esperar para a dimensão de produção que tem).
Eu fico espantado quando vejo um Serviço de Medicina Interna de um Hospital Central que tem 5 computadores para os médicos de um Serviço de cerca de 40 camas, quando as 40 camas do CMRRC têm em funcionamento mais do dobro dos computadores, fora os que estão inactivos por falta de utilizador).
Mais grave que isto é que os referidos computadores foram adquiridos ao abrigo do projecto de informatização do processo clínico, que continua sem funcionar quase 2 anos depois deste CA ter dado continuidade ao projecto. E o dinheiro vai saindo da conta do CMRRC e do bolso dos contribuintes. Há quem afirme que já lá vai mais de um milhão de euros!!
Haverá alguém para pôr cobro a esta rebaldaria em que ninguém é responsável por nada? A Inspecção Geral de Actividades em Saúde não tem mãos a medir e as suas investigações tardam.
Também podemos questionar porque não funciona o ALERT no CMRRC. Com consultores do calibre que nós conhecemos (os adjuntos do CMRRC são uma mais valia para qualquer um, em especial para o ALERT - presunção e água benta cada qual toma a que quer, o que é difícil é mirar-se ao espelho de manhã e não ter a resposta esperada) continuamos sem perceber onde estão os engulhos. Ou tudo não passa de uma estratégia para se continuar a pagar cada vez mais por um serviço que não existe? Será? Mais alguém factura (por baixo da mesa) com esta inércia?
Poderíamos continuar a falar do transporte interno de doentes, da falta de clarificação ao Tribunal de Contas sobre a origem do dinheiro para os cuidados continuados, mas depois faltava-nos o espaço para os comentários cada vez mais interessantes, vindos de dentro da instituição.

1 comentário:

  1. O senhor doutor não percebe? Espere para ver! Isto ainda não acabou! O povo costuma dizer que no poupar é que está o ganho. Aqui não é no poupar é no comprar. Convém estar Alert!

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